IZA estreia no reggae com “Caos e Sal” e “Tão Bonito”
- Rayane Cristina Rodrigues

- 18 de set.
- 2 min de leitura
Nova fase da cantora une ancestralidade, crítica social e sensualidade em clima de roots e afrofuturismo

IZA está pronta para dar um passo ousado — e totalmente coerente — na sua trajetória musical. A artista lançou nesta quinta-feira (18), às 21h, os singles “Caos e Sal” e “Tão Bonito”, que marcam sua estreia oficial no universo do reggae e do afrobeat. E não para por aí: as faixas chegam acompanhadas de visualizers impactantes, que traduzem a nova fase estética e sonora da cantora.
Conhecida por sua força vocal e identidade visual marcante, IZA agora se aprofunda em temas como ancestralidade, espiritualidade preta e crítica social, embalados por batidas envolventes e grooves marcantes. Segundo ela, a conexão com o reggae vem de longe: “É um estilo que namoro há muito tempo. Me identifico com as mensagens de liberdade, amor e consciência política que o gênero carrega”.
Kemet, Maranhão e afrofuturismo
A inspiração para o novo trabalho vem de longe — literalmente. IZA mergulha no conceito de Kemet, nome ancestral do Egito que significa “terra preta”. A proposta estética dos vídeos mistura elementos do Egito Antigo com paisagens brasileiras, como os Lençóis Maranhenses, criando uma atmosfera afrofuturista cheia de símbolos poderosos, como as deusas egípcias Bastet, Nefertiti e Cleópatra, além de faraós, esfinges e os tradicionais ícones Adinkra, com destaque para o símbolo Sankofa, que fala sobre aprender com o passado.

Visualmente, tudo conversa com uma paleta de cores inspirada em pigmentos egípcios, reforçando a sensação de realeza e espiritualidade. Tudo isso faz parte da construção de uma identidade visual que casa com o discurso e com o som — potente, dançante e cheio de camadas.
O som: reggae, afrobeat e brasilidade
“Caos e Sal”, composta por IZA ao lado de Rafa Chagas, Nave e Fejuca, traz uma batida marcada, quase hipnótica, com letra que equilibra afirmação pessoal e crítica social. “Gente querendo / Pensando que tá no comando / Que é dono de tudo / Que manda no mundo / Só fala e não quer escutar”, canta ela. A música também reverencia os saberes ancestrais, com versos como “Bem que minha vó falou / Que a força dos ancestrais / Nos protege da dor”.

Já “Tão Bonito” é puro charme: mais suave, com clima romântico e sensual, a faixa mistura reggae com afrobeat e elementos de R&B. “Ela compõe bem a história que quero contar nesse álbum”, explica IZA, que assina a faixa com Nave e Fejuca, desta vez em um processo mais íntimo de estúdio, diferente das parcerias anteriores em palco.
Uma artista em expansão

Com esse lançamento, IZA não apenas experimenta novos ritmos — ela expande sua arte com coerência, profundidade e estilo. Sem medo de arriscar, mas sempre fiel à própria essência, a cantora mostra que sabe exatamente onde quer chegar.
E se depender da força dessas duas faixas, essa nova fase vem carregada de energia, identidade e presença. Ou seja: IZA sendo IZA — só que agora, com o balanço do reggae como trilha sonora.





Comentários